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Coleções Permanentes
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Arte Religiosa
Entre as obras expostas encontram-se esculturas representativas da arte imaginária da região do Baixo Mondego, provenientes, na sua maioria, de igrejas e capelas do concelho da Figueira da Foz.
As peças mais antigas inserem-se no estilo gótico. Destacam-se os trabalhos atribuídos a Mestre Pêro (séc. XIV), escultor oficial da Rainha D. Isabel de Aragão, e de João Afonso (séc. XV), também conhecido por “Mestre das Alhadas”, cujo trabalho dominou a produção coimbrã entre 1440 e 1470. Diogo Pires-o-Velho (séc. XV), inovador e sensível a novas correntes estéticas anuncia a passagem para o novo ciclo artístico.
Do século XVI, o período mais profusamente representado, predomina a escola de escultura do renascimento coimbrão. Coimbra era o grande centro cultural e produtor de imaginária, animado pela presença de mestres franceses, entre os quais João de Ruão e Filipe Hodart. O calcário alvo e brando das pedreiras de Anca, Outil e Portunhos era material de eleição e o rio Mondego, com os seus diversos cursos de água navegáveis, facilitava o transporte da pedra e das imagens já esculpidas.
De âmbito geográfico mais vasto, as esculturas dos séculos XVII e XVIII executadas em madeira policromada e estofada, enquadram-se na produção artística maneirista e barroca.
Também de arte religiosa, mas sem acompanhar o percurso geográfico e estilístico da escultura, associam-se as melhores obras de pintura do acervo do museu.
A pintura gótica é representada por um obra de produção italiana com aproximação à arte bizantina. Da segunda metade do século XVII e do século XVIII expõem-se obras de produção proto-barroca portuguesa e de pintura tenebrista italiana.
Os ex-votos em quadrinhos pintados, maioritariamente do século XIX, de feição popular e sem preocupações estilísticas ou formais, enriquecem a exposição por via do seu amplo valor antropológico.
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Arte Moderna e Contemporânea
As coleções de Pintura e de Escultura deste Museu tomaram forma a partir da década de 40 do século XX, fruto de relevantes legados e doações, sobretudo de obras estilisticamente ligadas ao naturalismo e ao classicismo, correntes artísticas então dominantes e que se prolongaram na produção artística, especialmente na pintura, durante largos anos.
Alguns artistas, contudo, não ficaram alheios ao aparecimento de novas técnicas e dos novos temas em desenvolvimento partir da década de 50. Na pintura surge a não figuração e, a partir de finais de 60 – e especialmente nos anos 80 – o mercado da arte moderna abre caminho a novos movimentos vanguardistas e a novas tendências.
A inauguração do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, em 1983, surge como um marco no alargamento do âmbito disciplinar e programático dos museus portugueses.
Neste contexto, o Museu Municipal Santos Rocha, que a partir de meados dos anos de 1960 desenvolvera uma relação umbilical com a Fundação, abre-se a uma nova política de colaboração com artistas e instituições, fazendo incorporações regulares que se tornaram fundamentais para o enriquecimento e a atualização das coleções de Pintura e Escultura, especialmente nas décadas de 80 e 90 do século XX.
Na Pintura, as novas propostas de artistas de formação clássica ou obras de jovens artistas, hoje já considerados valores de referência, revelam nova linguagem estilística, novas técnicas ou suportes marcadamente contemporâneos, avançando no tempo a estética naturalista predominante na coleção.
Na Escultura, jovens artistas, na sua maioria formados nas Escolas de Belas Artes, elegem os mármores ou outras pedras portuguesas como materiais privilegiados para a nova produção escultórica e os novos críticos de arte começam a designá-la por Arte Contemporânea Portuguesa.
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Numismática
A Coleção de Numismática inclui importantes núcleos. O núcleo inicial e mais numeroso foi doado pelo figueirense Fortunato Casimiro da Silveira e Gama, Abade de Quinchães.
Em 1894 António Álvares Duarte Silva, membro da comissão organizadora do museu, estudou o acervo e elaborou o respetivo catálogo.
Em 1953, António Mesquita de Figueiredo legou o núcleo de moedas de bronze cunhadas nas cidades romanas da Península Ibérica.A exposição da coleção de Numismática está orientada num sentido eminentemente pedagógico, dividindo-se fundamentalmente em dois setores: Numismática Portuguesa e Numismática Romana.
Na primeira secção estão expostas cronologicamente as séries de D. Sancho I a D. Manuel II, podendo ser apreciada a evolução das armas nacionais, através do seu escudo, assim como as alterações surgidas na arte de cunhar moedas, cada vez mais rica e cuidada, devido ao grande afluxo de metais preciosos vindos do Brasil no tempo de D. João V e, finalmente, as diferentes técnicas de cunhagem usadas desde a Idade Média até aos tempos mais recentes.
Esta coleção integra uma moeda rara: “A Degolada” de D. Maria II.
Pelo seu significado, importância histórica e económica e pela sua raridade, a Degolada, de D. Maria II, é considerada um dos tesouros numismáticos portugueses.
O nome por que ficou conhecida a moeda é bem descritivo da sua particularidade: contra as normas, a figura da rainha é representada apenas pela sua cabeça, e não pelo busto inteiro. A rainha não apreciou a ousadia e terá mesmo mandado suspender a cunhagem, o que em muito terá contribuído para a raridade da Degolada.
Na segunda secção, Numismática Romana, procura-se dar uma visão geral das cunhagens romanas locais ou municipais da Península Ibérica, mas também das cunhagens oficiais, do séc. III a.C. ao séc. V d.C. Esta coleção procura ainda demonstrar a decadência, lenta mas progressiva, do Império Romano, tanto em termos técnicos como artísticos, mas igualmente a forma como a moeda é utilizada como elemento de troca e, simultaneamente, como elemento de propaganda e de união dos povos contra o inimigo comum: o invasor bárbaro.
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Mobiliário Indo-Português
A presença dos Portugueses no Oriente, a partir da viagem de Vasco da Gama, em 1498, propiciou consideráveis mudanças sociais, culturais e artísticas nessas paragens.
Na Índia, a influência portuguesa fez com que o vocabulário artístico europeu fosse assimilado pelos hábeis artesãos indígenas, mas filtrado e interpretado de acordo com a cultura, técnica e sensibilidade locais, resultando numa arte híbrida, que se convencionou denominar indo-portuguesa.
A exposição apresenta móveis indo-portugueses dos séculos XVII a XIX, com formas inovadoras quando comparadas com os costumes orientais, nomeadamente mesas, cadeiras, canapés e contadores. Apresentam uma enorme profusão ornamental preenchendo a totalidade das superfícies com motivos mitológicos, vegetalistas, zoomórficos e geométricos, que exploram exaustivamente o sentido de simetria.
Na execução deste mobiliário foi utilizada grande diversidade de materiais e de técnicas. Entre os materiais usados, destacam-se o marfim e as madeiras exóticas como a teca, o pau-santo ou o ébano; nas técnicas, sobressai o entalhe e o embutido.
O percurso inclui duas mobílias de sala do século XIX, incorporadas por aquisição e móveis diversos dos séculos XVII e XVIII, provenientes do legado do conde de Vinhó e Almedina, incorporado entre 1967 e 1977.
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Etnografia
Inicialmente definido como arqueológico e etnográfico, o museu incluiu, desde a sua fundação, um vasto conjunto de objetos provenientes de África, da Ásia e da América do Sul, destinados à secção etnográfica.
O espaço reunia os vestígios materiais coletados por uma rede de colaboradores que residiam ou que se deslocavam por motivos profissionais às províncias portuguesas no Ultramar.
Santos Rocha entendia a secção etnográfica como Sala de Comparação, afirmando que «o estudo do selvagem da actualidade é uma das mais poderosas alavancas da arqueologia pré-histórica». Assumia-se desta forma o princípio de que os vestígios materiais produzidos pelos selvagens do presente representavam, afinal, parte do passado da humanidade, inacessível através de relatos orais ou escritos.
A exposição está atualmente organizada por áreas geográficas (África e Oriente) e inclui objetos de caça e guerra, de ritual e poder, de indumentária e adorno, bem como de cestaria, cerâmica e música.
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Armaria
A armaria não se constituiu como secção por si só quando da fundação do museu, sendo integrada na Secção d’archeologia historica, Sub-secção da idade média aos tempos modernos.
A década de 40 do século XX confere-lhe uma nova importância, quando um conjunto de doações e depósitos e consequente aumento do número de objetos permite a sua individualização em espaço próprio.
Presentemente a exposição está organizada de forma cronológica, desde o século XVII ao século XX, revelando os principais aspetos da evolução das armas de fogo e das armas brancas, expondo-se ainda equipamentos de defesa, munições e acessórios. O acervo documenta também momentos históricos relevantes como a Guerra Peninsular e a I Guerra Mundial.
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Arqueologia e Epigrafia
O espólio exposto provém, na sua maior parte, dos trabalhos arqueológicos que António dos Santos Rocha e a Sociedade Arqueológica da Figueira desenvolveram entre 1886 e 1910.
A exposição organiza-se em dois setores: de um lado da sala, o espólio proveniente do concelho da Figueira da Foz; do outro, as coleções provenientes de diversas regiões do país.
Na arqueologia figueirense sobressaem dois grandes períodos cronológicos e respetivas problemáticas: o período Neolítico e a Idade do Ferro.
O período Neolítico é riquíssimo na região da Figueira. Os materiais documentam grandes áreas de habitação coincidentes com vales férteis de terrenos arenosos e bem irrigados. A cumeada da Serra da Boa Viagem é uma longa necrópole de monumentos megalíticos, donde provém espólio ritual de grande qualidade.
A Idade do Ferro é marcada pelos grandes vasos cerâmicos provenientes da feitoria fenícia de Santa Olaia. Desde a sua descoberta, no início do século XIX, até hoje, este sítio revela-se de extraordinária importância científica para a arqueologia portuguesa e internacional.
As coleções provenientes de outras regiões do país resultam das expedições científicas do fundador e da Sociedade Arqueológica.