Exposição de Francisco Simões para ver na Figueira da Foz até 16 de julho
Mais de uma década depois de ter brindado a Figueira da Foz com uma exposição antológica no Centro de Artes e Espectáculos, Francisco Simões regressa com novas obras, desta feita ao Museu Municipal Santos Rocha. A mostra, intitulada “Sobre a pele da pedra”, dá a conhecer, nas duas salas de exposição do museu e noutros espaços exteriores e interiores, 25 esculturas de mármore, de diversos tipos, e bronze; 25 desenhos em pastel, tinta da china e lápis de cor e 21 peças de cerâmica expostas, na sua maioria, pela primeira vez. Para visitar, com entrada livre, até 16 de julho.
A inauguração de “sobre a pele da pedra”, no passado sábado, dia 18 de fevereiro de 2017, começou com dança: as jovens bailarinas da Academia Roysel Alfonso, da Figueira da Foz, deram vida às estátuas femininas de Francisco Simões, partindo das suas poses para a interpretação de coreografias que conduziram as muitas dezenas de visitantes e convidados pelos diversos espaços do Museu.
«Fui e continuo a ser muito feliz na Figueira da Foz», garantiu o escultor. «Há 11 anos fui aqui muito bem recebido e tratado, e vi as pessoas desfrutarem do meu trabalho com uma sensibilidade que me impressionou e que não encontro, muitas vezes, nos chamados centros urbanos», afirmou. «Para esta exposição trouxe muitas novidades, como as duas grandes estátuas que estão na entrada do Museu e que foram pensadas como uma homenagem ao recentemente falecido arquiteto deste museu, Isaías Cardoso», explicou. Mas nesta exposição não estão apenas esculturas mas também desenhos e peças de cerâmica e partes dos textos de outro projeto, que está na Sala 2, o das ‘Anjas do nosso mundo’, em colaboração com sete escritoras portuguesas. «A pluralidade faz parte da vida e o artista é, para mim, um ser plural. Antes de trabalhar a pedra eu vejo um desenho, composto por linhas, e antes das linhas está o singelo ponto. É com pontos em deslocação que eu interpreto a mulher, o centro do mundo», resumiu, satisfeito por contribuir com o seu trabalho «para a cultura das cidades».
O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, ladeado pelo vereador da Cultura e vice-presidente da edilidade, agradeceu a pronta resposta afirmativa de Francisco Simões ao repto lançado pela Autarquia. «Os bons artistas e as boas obras contribuem para a excelência do museu», afirmou. «Queremos um museu vivo e acessível, e por isso estamos prestes a iniciar o projeto que o tornará visitável por todas as pessoas», anunciou ainda o autarca.
Sobre Francisco Simões
Nascido em 1946, em Porto Brandão, Almada, Francisco Simões concluiu, em 1965, o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio, para onde foi encaminhado pelo professor Calvet de Magalhães. Em 1967 foi bolseiro da OCDE em Roma, Turim, Novara, Verona e Milão e, no ano seguinte, trabalhou no Museu do Louvre convidado por Germain Bazin. Em 1974 concluiu o curso de Escultura da Academia de Música e Belas Artes da Madeira e, 15 anos depois, a convite do Ministério da Educação, era consultor no projeto A Cultura Começa na Escola, e membro do grupo de trabalho para a Humanização e Valorização Estética dos Espaços Educativos. Colaborador do Jornal de Letras, Artes e Ideias no alvor da década de 90 do século XX, viu o século XXI arrancar com a Escola Secundária do Laranjeiro rebatizada de Escola Secundária Francisco Simões.