Figueira da Foz e Manufahi -Timor-leste
O nosso Município assinou um acordo de cooperação com a província de Manufahi em Timor-Leste.
Aqui fica o relato da experiência nas palavras do Presidente João Ataíde.
No âmbito de um acordo de cooperação assinado em 2013, entre o Município da Figueira da Foz e o Governo de Timor-Leste, vamos cooperar e apoiar a comissão instaladora do Município de Manufahi. A partilha de conhecimentos, experiências e informações será um dos mais importantes aspetos deste protocolo que visa o desenvolvimento local e social.
A convite do Estado de Timor Leste, entre os dias 15 e 22 de Maio, participei num ciclo de conferências sobre políticas de descentralização em Díli e tive oportunidade de visitar a região administrativa com a qual estabelecemos relações de cooperação - Manufahi.
No ciclo de conferências abordei a evolução do nosso sistema administrativo político, desde o tempo dos forais aos dias de hoje.
O Governo de Timor tem a perceção de que a política de descentralização promove e facilita o desenvolvimento das regiões exteriores ao espaço territorial de influência direta da administração. Por isso quer iniciar um processo de desconcentração de poderes, nomeadamente na área do ensino, da saúde, da ação social e da cultura, bem como nas necessidades básicas de serviço público. No entanto esta reforma exige muito cuidado, porque se for implantada de forma precipitada, sem a capacitação de quadros e consolidação experimental pode por em causa a unidade do Estado e a coesão da Nação.
Partilhámos a nossa experiência abordando alguns sectores primários como abastecimento de água e saneamento. Muito há para fazer e a escassez de meios exige grande prudência.
Fiquei particularmente sensibilizado, com o trabalho dos nossos professores, que diariamente, nas escolas públicas de ensino de Português, contra as maiores adversidades, educam milhares de crianças, com esmero e dedicação.
O Português e Tetum são as línguas oficiais de Timor Leste. O Tetum é uma língua nativa, de entre outras 12 e mais 22 dialetos. Assim se compreende que o Português seja uma língua oficial, no fundo será no futuro a língua transversal a toda a nação Timorense. O Tetum não satisfaz a diversidade de vocabulário exigível para a comunicação exterior, recorrendo a muitas expressões portuguesas para exprimir o sentido da mensagem.
Devemo-nos sentir felizes por Timor Leste ter optado pela língua Portuguesa. Este é sem dúvida o maior meio de aproximação dos povos, o resto virá por acréscimo. Com base na língua podemos partir para uma cooperação franca e saudável. Porquanto podemos não só perceber melhor a realidade Timorense e a vontade do seu povo, como apontar soluções mais compatíveis com estes desígnios.
Queiram que o esforço de cooperação desinteressada é um imperativo da nossa consciência nacional e o desejo sincero do povo Timorense. Obviamente e sempre no maior respeito pela independência e soberania nacional dos dois países amigos.
Agradeço a forma como me receberam.