O «Bisavô» Manoel Caroça ´regressou' à Quinta das Olaias, um século após a sua aquisição
Realizou-se ao início da tarde de ontem, sábado, dia 11 de dezembro, na Quinta das Olaias, a sessão de apresentação do livro «O Bisavô», da autoria de Maria João Lopo de Carvalho.
Autora de setenta livros infantis e históricos, Maria João Lopo de Carvalho apresentou, na companhia do presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes, e de uma plateia atenta, a biografia romanceada de Manoel Caroça, seu bisavô.
Pedro Santana Lopes agradeceu a presença da autora, que disse ser uma “pessoa indefinível“ que “cultiva muito a amizade, os bons sentimentos“ e a quem não quis deixar de prestar homenagem pela sua “capacidade criadora“.
Maria João Lopo de Carvalho é, para o autarca, “uma mulher das Arábias, uma mulher que vira o mundo para conseguir o que quer“. Uma mulher agitada, faladora e intensa, com uma “capacidade profissional desmedida“ que “foi ganhando o respeito [que já tinha], mas ainda maior, porque tudo o que faz é fundamentado e, tanto quanto possível, cientificamente e documentalmente comprovado“, referiu.
Santana Lopes falou nas diversas facetas da maneira de ser da autora que, embora “intensa na exteriorização“ tem a capacidade de “guardar imensos tempos para si, para produzir tanto, escrever tanto, criar tanto“ .
O presidente da Câmara e a escritora recordaram a aquisição da Quinta das Olaias pelo município, há 22 anos. Santana Lopes lembrou que o Centro de Artes e Espetáculos foi construído em terrenos pertencentes à Quinta e que é um espaço que é para ser vivido “quer pelas coletividades das freguesias, quer pelos criadores que nos visitam“. “Foi para ser uma expressão viva e ser vivência também daquilo que é a realidade cultural do concelho“ que o CAE foi “concebido, pensado imaginado, criado“, enfatizou.
Maria João Lopo de Carvalho auto intitulou-se de “globetrotter“, de “privilegiada“ por ter nascido na sua família e de ter Manoel Caroça como bisavô, o bisavô a quem prestou “mais uma homenagem“ com este livro.
A autora disse que, na sua perspetiva, “são precisas quatro gerações para nos esquecermos de uma pessoa“ e, por isso, resolveu fixar a história da sua família, escrevendo o que descobriu, o que investigou, formando “um puzzle“.
O «Bisavô» demorou quatro anos a chegar aos escaparates e exigiu da escritora uma pesquisa muito mais complexa que a realizada para os seus anteriores romances. A mesma revelou que as cartas dispersas, os arquivos consultados foram importantes, mas que as longas conversas com avó foram “determinantes “para a concretização deste livro.
Maria João Lopo de Carvalho salientou que “quando se faz uma investigação destas não interessa só a família“. As pessoas, os episódios com que nos cruzamos “têm graça“ e, nesta obra, onde a Quinta das Olaias (adquirida em 1922 por Manoel Caroça) e a Figueira da Foz - estância balnear em ascensão- são retratadas, existem alguns, que a autora partilhou com a plateia.
a escritora revelou que está a trabalhar num novo projeto, o qual aborda a vida de dez mulheres portuguesas “revolucionárias“.