A situação estratégica e privilegiada e as margens do rico estuário do rio Mondego, levaram ao longo da história à fixação de numerosas civilizações, nas terras que viriam a constituir o concelho da Figueira da Foz. As origens da ocupação do território remontam à Pré-história, contudo os romanos legaram marcas da sua presença, das quais se podem destacar as inscrições em dois denários — um da família Vibia, outro do imperador Octávio Augusto. Dos sarracenos apenas se sabe que arrasaram a povoação em 717. Foi o conde Sesnando, moçárabe natural de Tentúgal, que conduziu a reconquista cristã. O mosteiro de Santa Cruz de Coimbra ciente da posição estratégica da localidade como porto de mar, inicia no séc. XI o povoamento das terras. Nos séculos que se seguiram os sucessivos reis foram concedendo privilégios à igreja, nomeadamente ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (metade da terra de Redondo, Lavos e Quiaios, por testamento de D. Afonso Henriques; metade das marinhas de sal em Casseira, por venda de D. Sesnando), à Igreja de Santa Maria de Coimbra (a Vila de Tavarede, por doação de D. Sancho I), alargando assim o território da Figueira da Foz. No século XIII O cabido da Sé de Coimbra atribui, em carta de foro, as herdades e montes da Tamargueira, a Domingos Ioanes Martinho Miguel e Martinho Gonçalves. Desde então, a população foi crescendo de forma constante. Já no século XIV, em 1342, o rei D. Afonso IV faz doação de Foral a Buarcos. Em1362 D. Pedro dá ordem à Mitra e Cabido da Sé de Coimbra para que esta possa nomear nos seus coutos, de Tavarede e lugar da Figueira, os funcionários administrativos e tabeliães necessários para o bom funcionamento da conduta dos seus povos. No decorrer do século XVI a população é assolada por constantes ataques piratas. Foi então que se fez necessária a construção do Forte de Santa Catarina para a defesa da zona. Fontes: Do passado ao presente - Elementos subsidiários para o estudo do concelho da Figueira da Foz: história local 1080-1822, Figueira da Foz, 1989 |
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